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terça-feira, 12 de agosto de 2014

ON BRODWAY

No ano de 2012 no mês de julho, tive que parar de dançar por motivos financeiros, comecei a trabalhar em uma marmoraria, fiquei lá até Outubro. Depois mudei de emprego e fui para uma empresa de cartuchos de computadores, lá fiquei até Julho de 2013.
Voltei a dançar no Prodança, e voltei com tudo!
Logo que voltei reencontrei uma pessoa que não via há muito tempo, achei que nunca mais fosse encontra-la, na hora meu coração acelerou e minhas pernas bambearam, mas fingi que nada estava acontecendo e agi naturalmente, mas por dentro explodia de felicidade e nervosismo ao mesmo tempo, por quatro anos ela não saiu do meu pensamento, dentre esse tempo escrevi uma musica a ela, mesmo achando que poderia ser em vão.. 4 anos depois estava ela lá, mais linda que antes e sempre com aquele sorriso que me encantava. A dona da minha música e do meu coração.
Mesmo com tanta felicidade estava com medo de ver ela com outra pessoa e ter que esperar por mais um tempo ou mesmo nunca mais te-la em meus braços. Mas por sorte ela estava solteira, então percebi que essa era a minha hora de dizer o que sentia, que a tanto tempo sofria, esperando um amor que talvez não se realizaria. Depois de um tempo tive coragem e contei a ela sobre sua música e ela não acreditou em nada que eu disse, achou que era puro papo furado, mas insisti em convence-la da verdade, e consegui. Então eu fui um pouco mais além, disse a ela que queria algo mais sério ela olhou pra mim e sorriu, e não admitiu que queria algo a mais, mas ela se arriscou e confiou em mim.
Nossa primeira foto de casal (28/10/2013) - On Brodway 

 Em Dezembro tirei o ferrugem e voltei a me apresentar nos palcos, a sensação é sempre a mesma depois de anos, o nervosismo e a ansiedade as vezes até aumentam.
Dancei o espetáculo ON BRODWAY, no qual dançamos alguns dos principais musicais da Brodway, como O Rei Leão, Mama Mia, Cinderela e outros.
Bailarinos: Thoom Brown e Sidney Ferreira - On Brodway 


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Um Anjo Enviado Por Deus

Em julho de 2011 começaram novamente os problemas dentro de casa, meu tio não aceitava que eu dançasse.
Ele dizia que era coisa de mulher e que eu não eu conseguiria nada na vida. Morávamos sobre o mesmo teto mas não nos falávamos. Mas mesmo assim ele ainda implicava comigo por estar dançando. Aí tive que dançar escondido, mas não durou por muito tempo e ele descobriu. Muitas vezes não tinha o que comer e vivia só com água e farinha, por não poder comer nada de casa, tive que dormir no tapete do meu cachorro com minha mochila de travesseiro por ele me trancar  pra fora de casa. E no outro dia ia fazer aula de dança com fome e sem poder tomar um banho quente. Quando conseguia entrar não podia lavar minhas roupas porque ele não deixava, só consiga comer alguma coisa quando ele saia e as vezes tinha que comer o que sobrava no lixo de casa. E muitas vezes também não tive dinheiro pra pagar o ônibus e ia a pé e chegava todo suado, mas não falava com ninguém sofria calado a única coisa que saia era o choro.Tinha vezes que eu estava andando na rua e ele passava com o carro do meu lado e nem se quer me dava carona, fingia que não me conhecia.
Um dia tomei coragem e me abri com meu irmão Sidney Ferreira que tinha acabado ganhar. Ele chegou em mim e perguntou: O que está acontecendo com você? Aí contei minha situação com vergonha pesando que iria ser zoado por ele mas ele começou a me ajudar, me dava dinheiro pra comer e até comprar  perfume e sabão para lavar minhas roupas. Isso foi até o resto do ano.
Ele sempre está perto nos momentos da minha vida, para rir, para chorar... sempre que tem brigas ou acontece qualquer coisa lá estamos nós envolvidos juntos, em qualquer hora, lugar ou situação.
Sempre que precisava ele sempre estava por perto, eu serei eternamente grato pelo que ele fez por mim e pelo que faz até hoje, jamais vou esquece-lo. Porque sempre estaremos juntos ensaiando para os espetáculos, e juntos nos palcos da vida onde não nos permitem ensaiar e errar. Essa amizade vou levar pro resto da minha vida, ele é mais que um amigo ele é um irmão

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Prodança A Nova Esperança

Quando entre no Prodança Ballet eu já estava desmotivado, não dançava mais por prazer, dançava por dançar. Então a Walkiria Coelho me trouxe a esperança de volta.
Entrei em época de festival, aí a Walkiria me pediu para coreografar e dançar com o Sidney, a Tayla e a Carol um Ballet Contemporâneo. E ali começou minha carreira de coreógrafo. Comecei a dançar hip hop também, e em 2009 ganhei minha primeira competição no Meeting Hip Hop de Indaiatuba-SP.

Aí comecei a participar de várias outras coreografia como o Pás de deux Pássaro Azul com a Bailarina Tayla Patielle, o ballet O Corsário e a coreografia Fusão na Pista, uma mistura de Jazz com Hip Hop, a qual ganhou nas competições de Valinhos e Campinas em Dança. E em 2011 dancei o ballet Dom Quixote e nesse mesmo ano o grupo de Jazz que eu dançava ganhou novamente no Valinhos e Campinas em Dança.

No mesmo ano dancei com um grupo de hip hop no Meeting Hip Hop Campinas-SP, e também ganhamos. Foi nesse momento que me apaixonei pelo hip hop e passei a estudar esse estilo e logo depois me tornei professor, e então minha esperança voltou ainda maior, e vi que ali não só recebi uma grande oportunidade mas também uma grande família.

Graças a Deus, nesse momento tão difícil da minha vida, Ele me enviou pessoas especiais, que me acolheram, me ajudaram e me deram forças pra continuar seguindo com esse meu sonho. Eles foram, e ainda são, meus verdadeiros amigos, minha verdadeira família e também me tornaram parte de suas famílias.
Tenho muito a agradecer a Deus, a Walkiria que me acolheu em sua casa e aos meus verdadeiros irmãos, Sidney Ferreira, Tayla Patielle e Liliane Melo. Obrigado por me mostrar o que uma verdadeira família faz!

A GRANDE FAMÍLIA PRODANÇA 

sábado, 2 de agosto de 2014

As Primeiras Barreiras

Depois disso dancei mais coisas como Cotidianos Sonhos, Delírio e Martírios Circense pela Abamba.
Em 2005, fui contratado pela academia Iris Ativa para dançar o Ballet "O Quebra Nozes" e foi uma experiência fantástica, foi a primeira contratação. Em 2006 dancei o ballet "A filha de Faraó, e em 2007 dancei o ballet Paquita.
Em 2007 começaram as dificuldades maiores, comecei a sofrer preconceitos por pessoas de fora, ricas e até por  pessoas da minha própria família, e eles diziam coisas do tipo "homem não dança", "dança é coisa de mulher e de gente rica", "pessoas pobres não podem dançar porque ia contaminar os ricos com vírus e doenças", eles diziam que ser pobre é uma doença e por isso contaminaria os ricos...
Minha avó, sempre guerreira, percebeu que a dança era tudo que eu queria, e me mandava escondido pro ballet, e um outro parente meu me colocou em uma escolinha de futebol e por isso teve dias que eu ia pro futebol e faltava na Abamba, na qual não poderia haver faltas sem justificativas, então eu mentia dizendo que estava doente, que o ônibus quebrava ou que ficava de castigo na escola por causa dos outros.



Pra ir pra Abamba eu pegava 3 ônibus todos os dias da minha casa até o centro de Campinas, do centro até o terminal de Barão e do terminal até o bairro onde se encontrava a Abamba, que se localizava no bairro Real Parque.
Por não aguentar fazer tudo isso, saí da Abamba e parei de jogar futebol porque não era o que eu queria. Lembra quando disse que  no começo todos me apoiavam?...

Como todo homem tive que parar de dançar pra trabalhar, foi aí que comecei a trabalhar em mercado e não demorava muito já saia do emprego. Entrei em outro serviço, fui ser ajudante de mecânico e novamente saí e trabalhei em vários outros lugares.
No começo de 2008 fui trabalhar em uma empresa de mármore, na função de modelador fiquei de Janeiro a Julho. No final  Julho um clube me chamou para jogar futebol ai sai da marmoraria e fui jogar futebol, em Dezembro, dia 17, tive a pior notícia da minha vida, minha Avó faleceu. Foi o fim pra mim, minha vida parou o mundo desabou em cima de mim e larguei tudo!
Mas ai eu conheci um anjo que se chama Walkiria Coelho no qual é dona e diretora de um projeto que se chama Prodança, e ela me acolheu de tal forma, com se eu fosse filho dela.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Somos Todos Principes

Em 2002 foi meu  primeiro festival pela academia "Vida Vida" de Barão Geraldo em Campinas. Dancei o Espetáculo - Verde Que Te Quero Ver,que conta a história de um índio que se apaixona por uma moça que quando criança lançaram um feitiço nela, a noite mulher e de dia uma onça. Uma história muito linda!
Foi aí que eu pisei no palco pela primeira vez. No dia anterior eu não comia e nem dormir de tanta ansiedade e medo. Ali foi também a primeira vez que vi um pas de deux (passo de dois), o grande encontro do mocinho com a mocinha.
Toda princesa precisa de um príncipe para dançar no final, e é isso que o homem representa no Ballet, um príncipe. 

Bailarinos - Natália Luchesi e Thoom Brown

 Porque a dança não é apenas movimentos, mas sim expressão de sentimentos. O ser humano se move com as batidas da canção, mas seus sentimentos com a batida do coração - Thoom Brown

quinta-feira, 31 de julho de 2014

A MAGIA DA DANÇA

E foram começando as brincadeira e zoações, e o tempo foi passando, várias vezes pensei em jogar tudo pro alto por causas das brincadeiras mas minhas melhores amigas, minha tia e minha avó, sempre me apoiaram e não me deixaram desistir. Muitas vezes eu ficava sem comer, saia da escola e ia direto pra Abamba. Lá tínhamos aulas de dança, teatro, circo, história da dança, aulas de anatomia e reforço escolar.
Eu sempre fui muito bagunceiro, aprontava muito mas sempre tímido. Como dizem: "os quetinhos são os piores".

A dança mudou minha vida por que ela me ensinava a como me portar e a ter auto conhecimento. E sempre minha avó era chamada na escola por meu mal comportamento, mas o Ballet me mudou muito...
Um dia cheguei em casa e disse: Mãe (avó) a diretora quer que a senhora vá a escola amanhã porque ela quer falar com a senhora! Ela ficou  muito brava e já perguntou: O que foi dessa vez? você bateu em alguém? eu disse: Não! Ela não botando muita fé, no dia seguinte foi á escola, chegando lá a diretora Neide olhou bem nos olhos dela e disse: O que  esta acontecendo com o Thomas? Por que ele está diferente? Olha as notas dele mudaram muito, estão todas azuis! E ele passou o dia todo ajudando na escola ele até se inscreveu pro grêmio estudantil. Aí minha avó disse: Ele está fazendo aulas de dança e nesse lugar tem aulas de reforço escolar. Mas não foi só aqui na escola, ele mudou em casa também, saí menos para brincar na rua, estuda um pouco todos os dias, ajuda em casa.. tenho que agradecer muito a dança e a Abamba que o mudou também como pessoa, não esta mais brigando e nem desobedecendo. A dança foi mágica na vida dele, muitas pessoas olhavam e diziam que ele não ia longe, falavam que ele ia acabar se perdendo nas drogas, mas ele conheceu a dança que mudou a sua história.

Essa mágica não é só a dança que traz, sempre que uma criança tem um mal comportamento ou se sente muito "isolada na sociedade" e começa a praticar qualquer esporte seu comportamento muda totalmente, porque aí ela começa a ter noção do certo e do errado e essa prática traz benefícios tanto para seu corpo quanto para a boa formação social e particular.
Então, mesmo que você não goste de dançar faça qualquer outra coisa que você admire, porque esporte e arte é vida e ensina a viver!


quarta-feira, 30 de julho de 2014

ABAMBA o início de tudo

Meus primeiros passos aconteceram no ano de 2000 quando minha tia viu em um jornal uma noticia de um projeto que ensinava a dança, que se chama Abamba (Associação do bem feitores e Amigos de Meninos Bailarinos Atores). No qual era dirigido pelo Bailarino-Ator Beto Regina, que foi bailarino da Cia Cisne Negro.
Eu, como todo menino, sonhava em ser jogador de futebol mas foi na ABAMBA que descobri que tinha um dom, de falar o que sentia através do corpo. Descobri que a dança também era um meio de comunicação, sempre que queria falar uma coisa e não tinha coragem, eu dançava. Eu sempre fui uma criança tímida e fechada, não demonstrava o que sentia pra ninguém. Ai foi amor a primeira vista. No começo. toda a minha família me apoiava. Mas foi só no começo...
Foi aos 11 anos que isso aconteceu e muita coisa na minha vida mudou, e claro, o preconceito foi a maior delas. Sofri muito na escola com meus "amigos". No começo eu tinha muita vergonha de assumir que fazia Ballet, escondia de todos meus amigos da escola, do futebol. Minha avó e minha tia eram minhas cumplicies elas me ajudavam em tudo. Minha avó, que era minha mãe, ia quase todos os dias na escola por causa de brigas minhas por os meninos me chamavam  de bicha e eu  os batia. Ao passar do tempo eu fui apresentando em teatros passavam reportagem no projeto no jornal e também em revistas.